O que fazer quando o coração quer algo contrário à razão? Quando esse músculo teimoso, que imagina ter vida própria, irredutivelmente quer que a sua vontade prevaleça?
Sou assim, pura emoção. Vejo-me ilustrada na autodescrição de Vladimir Maiakovski: "Nos demais, eu sei, qualquer um o sabe! O coração tem domicílio no peito. Comigo a anatomia ficou louca. Sou todo coração, em toda parte palpita."
Dar ouvidos à razão, que insiste em mostrar que a melhor saída nem sempre é a mais atraente ou a mais vibrante, não é tarefa fácil quando se está cego de amor. Caspita! Será que a cegueira diminui a audição?! Não pode ser, sempre ouvi o contrário.
Quem é que pode com as peripécias desse ser destemido e inconsequente? Ninguém, nem ele mesmo.
Aquele dia de lucidez, em que finalmente a razão consegue falar mais alto depois de tanto penar, sempre chega. Aí, a gente se põe a pensar - coisa que o coração não nos permitira até então - olha pra trás e vê quanto prejuízo aquele ser desmiolado e autossuficiente provocou com seus castelos de areia construidos à beira mar.
Aquele dia de lucidez, em que finalmente a razão consegue falar mais alto depois de tanto penar, sempre chega. Aí, a gente se põe a pensar - coisa que o coração não nos permitira até então - olha pra trás e vê quanto prejuízo aquele ser desmiolado e autossuficiente provocou com seus castelos de areia construidos à beira mar.
E lá vamos nós, vencidos, falidos e com o rabo entre as pernas: re-co-me-çar. Acreditando piamente e jurando que nunca mais - nunca mais mesmo - o coração vai comandar nossas decisões.
Tsc, tsc... ledo engano.